Você sabia que a prática da atividade física regular tem relação com a prevenção da doença de Alzheimer? Pois é.
A Doença de Alzheimer é uma das principais causas de demência no mundo, afetando milhões de pessoas e impactando profundamente pacientes, familiares e o sistema de saúde. Embora não exista cura definitiva, diversos estudos apontam que alguns fatores de risco são modificáveis — e entre eles, a atividade física se destaca como um dos mais eficazes.
Como o exercício protege o cérebro
A prática regular de atividade física exerce múltiplos efeitos benéficos sobre o cérebro. Dentre os principais mecanismos envolvidos, destacam-se:
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Aumento da perfusão cerebral: o exercício melhora o fluxo sanguíneo no cérebro, garantindo maior oferta de oxigênio e nutrientes às células nervosas.
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Estímulo à neurogênese: a atividade física estimula a formação de novos neurônios, principalmente no hipocampo, região crucial para a memória.
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Liberação de fatores neurotróficos: substâncias como o BDNF (fator neurotrófico derivado do cérebro) são produzidas em maior quantidade, ajudando na proteção e na plasticidade dos neurônios.
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Redução da inflamação sistêmica: a prática regular de exercícios ajuda a equilibrar o sistema imunológico, reduzindo processos inflamatórios crônicos que podem contribuir para a degeneração neural.
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Diminuição do estresse oxidativo: ao estimular o metabolismo celular de forma saudável, os exercícios físicos ajudam a controlar a produção de radicais livres que danificam os tecidos cerebrais.
O que dizem os estudos sobre a prática da atividade física e a prevenção do Alzheimer
Um estudo recente publicado na revista Neurology (2022) observou que indivíduos fisicamente ativos apresentaram menor acúmulo de beta-amiloide no cérebro — proteína relacionada à fisiopatologia do Alzheimer — além de melhor desempenho em testes de memória, linguagem e raciocínio.
Além disso, a Lancet Commission on Dementia Prevention, Intervention, and Care (2020) identificou a inatividade física como um dos 12 fatores de risco modificáveis para demência, reforçando a importância de políticas públicas e intervenções individuais que incentivem estilos de vida ativos.
A Alzheimer’s Association também reconhece que manter-se ativo fisicamente ao longo da vida está diretamente ligado à redução do risco de Alzheimer e de outras demências, principalmente quando combinado a outros hábitos saudáveis, como alimentação equilibrada, controle de doenças crônicas e estímulo cognitivo.
Qual tipo de atividade é ideal?
A boa notícia é que qualquer movimento pode contar como atividade física para prevenção da doença de Alzheimer. Atividades aeróbicas como caminhar, correr, pedalar e nadar são amplamente recomendadas, mas também há benefícios em exercícios de resistência (musculação), coordenação (dança, pilates) e práticas mente-corpo como yoga e tai chi.
Para a maioria dos adultos, recomenda-se pelo menos 150 minutos de atividade física moderada por semana, distribuídos ao longo de vários dias. É essencial que o exercício seja prazeroso, sustentável e adaptado à realidade de cada pessoa.
Conclusão
Incluir o movimento no cotidiano é uma estratégia simples, de baixo custo e com benefícios abrangentes, que vão da saúde cardiovascular à preservação das funções cognitivas. Diante da crescente expectativa de vida da população mundial, adotar hábitos preventivos como a atividade física é fundamental para garantir um envelhecimento mais saudável, autônomo e com qualidade de vida.
Investir no corpo é, também, cuidar da mente.
Referências:
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Alzheimer’s Association. www.alz.org
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Scarmeas, N. et al. Physical activity, diet, and risk of Alzheimer disease. Neurology, 2022.
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Livingston, G. et al. Dementia prevention, intervention, and care: 2020 report. The Lancet, 2020. DOI: 10.1016/S0140-6736(20)30367-6